Por Dr. Arlindo Medrado Martins Junior


Salvador, 30 de dezembro de 2009.


Prezado amigo Dr. Brandão.

         Permita tê-lo no rol dos meus amigos, principalmente você que vem traçando de forma magistral a sua carreira, voltada principalmente a relevante posição em favor das causas sociais.
         Como do seu conhecimento, advoguei por ininterruptos 07 anos, para vitimas de violência na Bahia, no CEVIBA, exercendo meu labor, junto aos Juizados Especiais Criminais, de nossa capital, já que me mantive por opção, nas Ações de pequeno grau ofensivo, crendo que se tratava como se trata, do principal combustivo do fomento a violência urbana.
         Neste sentido, após ser patrono de mais de 1.200 ações, no período indicado, fazendo por assimilação o papel de coadjuvante do Ministério Publico, já que essa entidade, jamais, teve condições de atender de maneira digna tal volume, criando neste sentido a já conhecida impunidade. Principalmente   quando o Estado franquia o Defensor para o Autor do Fato, e o processo não anda sem o necessário defensor.
         Organismos  como o CEVIBA ( Centro de Atendimento as Vitimas de Violência na Bahia)  vieram suprir essa deficiência, ou seja o próprio Estado institucionalmente vem agindo como fomentador da violência.
         Assim, tivemos a oportunidade de  traçar o perfil das “vitimas de Violência”  na Bahia, onde após a mulher pobre e negra, seguramente vem as crianças a ocupar o segundo lugar, o mais triste que tais crianças e adolescentes, são filhos dessas mulheres.
         E mais uma vez Dr. Brandão, temos o Estado como grande responsável por tal estatística, já que tomou para si, o papel de educador, antes atribuído as famílias, e não se educa absolutamente nada.
         Essa mulher pobre (para não dizer miserável) e negra, acima de tudo cidadã brasileira, tem que lutar diuturnamente para colocar o pão de cada dia na sua mesa, sendo maioria absoluta de mães solteiras, com a média de 03 filhos menores, sem a educação garantida pelo Estado.
         Essas crianças e adolescentes, só fazer engrossar o caldo dos índices de violências, nas nossas periferias.

         Entretanto, como sua visão de Magistrado que se preocupa com os nossos índices de violência, bem como, como pai devotado e sensível a esse gigantesco desequilíbrio social, fez o que lhe pareceu certo e certamente outros seus colegas, podem e devem resgatar de maneira edificante a responsabilidade do Estado.
Parabéns pela medida.

Arlindo Medrado

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